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Críticas
O ESTRANHO | O resgate de uma história esquecida (crítica sem spoilers)
O Estranho, dirigido por Juruna Mallon e Flora Dias, é um documentário que desafia a percepção convencional sobre o Aeroporto de Guarulhos, revelando camadas ocultas de história e injustiça. O filme lança um olhar crítico sobre a construção do maior aeroporto da América Latina, situado sobre terras indígenas, especificamente da etnia Guarani.
O documentário é notável por sua abordagem sensível e envolvente. Em vez de seguir uma narrativa tradicional, “O Estranho” utiliza uma montagem fragmentada que mistura entrevistas, imagens de arquivo e cenas contemporâneas, criando uma atmosfera quase onírica. Essa escolha estilística reflete a complexidade e a profundidade da questão abordada, ao mesmo tempo em que evoca um sentimento de perda e deslocamento.
Os diretores, Mallon e Dias, são bem-sucedidos em dar voz aos indígenas Guarani, cujas histórias e perspectivas muitas vezes são marginalizadas. As entrevistas são profundas e reveladoras, apresentando não apenas a dor e a indignação pela perda de suas terras, mas também a resiliência e a rica cultura desses povos. Essas narrativas pessoais são intercaladas com imagens do aeroporto em funcionamento, criando um contraste poderoso entre o progresso moderno e a destruição das raízes culturais.
A cinematografia do filme é um ponto alto. As cenas que mostram a natureza circundante e os espaços ocupados pelos indígenas são capturadas com uma beleza crua que ressalta a desconexão entre o desenvolvimento urbano e o ambiente natural. A trilha sonora, discreta e evocativa, complementa as imagens de maneira eficaz, sublinhando o tom melancólico do documentário.
No entanto, “O Estranho” não é isento de críticas. Em alguns momentos, a narrativa fragmentada pode parecer confusa, especialmente para espectadores que não estão familiarizados com o contexto histórico e cultural. A falta de uma linha narrativa mais estruturada pode dificultar a compreensão completa do impacto da construção do aeroporto sobre a comunidade indígena.
Em suma, “O Estranho” é um filme corajoso e necessário, que traz à tona uma questão de enorme importância social e histórica. É um lembrete pungente de que o progresso muitas vezes vem a um custo humano significativo, e uma chamada à reflexão sobre a necessidade de respeitar e preservar as culturas indígenas. Mallon e Dias oferecem uma contribuição valiosa ao discurso sobre direitos indígenas e desenvolvimento urbano, fazendo de “O Estranho” uma obra essencial para quem busca entender as complexas dinâmicas entre modernidade e tradição.
Confira o trailer do filme:
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