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Críticas

COBRA KAI S06 01 – O tempo passa, o tempo voa e ninguém amadurece neste universo! | Crítica do Neófito

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Parece que o tempo não passa em Los Angeles, pelo menos, no entorno e na cabeça dos personagens de Cobra Kai S06.

Apesar de estarem acima dos 50 anos, os personagens principais – Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) – continuam os mesmos adolescentes brigões que eram na década de 1980.

Por mais que, no final de Karatê Kid: A Hora da Verdade (1984), Johnny tenha reconhecido que Daniel LaRusso era “um cara legal”, entregando pessoalmente a ele a taça do torneio; por mais que os dois tenham unido forças várias e várias vezes no decorrer das seis temporadas da série Cobra Kai, os dois antigos “rivais” parecem sempre apagar qualquer gesto de reconciliação para, do nada, partirem para chutes e socos, não antes de divergirem sobre as coisas mais estúpidas possíveis.

Chega ao ponto de ser cansativo assistir à repetição deste tema, como se fosse impossível aos personagens largarem o passado para trás e, agindo como adultos que são, seguirem adiante com suas vidas, se, não como amigos, pelo menos como pessoas civilizadas e racionais.

E essa dinâmica não se restringe apenas aos dois protagonistas, espalhando-se por todo o elenco de sub-protagonistas e de apoio: Miguel (Xolo Maridueña) e Robby (Tanner Buchanan), em menor grau até agora neste novo ano, também se estranham pelos motivos mais bobos; os novamente amigos do peito Falcão (Jacob Bertrand) e Demetri (Gianni DeCenzo) brigam porque um quer ir para o M.I.T. e o outro não; Anthony LaRusso (Griffin Santopietro) e Kenny (Dallas Dupree) parecem não ter aprendido nada sobre sua rixa e bullying recíprocos do passado e mantêm sua rivalidade infantil.

Foto: Divulgação (para quê conversar se podemos resolver tudo na porrada?)

As únicas que denotaram alguma evolução foram Samantha (Mary Mouser) e Tory (Peyton List). Mas, na falta de novos motivos claros para reestabelecer conflitos entre os pares, apela-se para os mais variados retcons, de modo a forçar a animosidade novamente. Então, partindo de uma premissa interessante na vida presente de Tory, faz-se um flashback com fatos “tirados da cartola” e cria-se a desculpa para que a personagem novamente se desloque para o campo do antagonismo.

Foto: Divulgação (só pensam “naquilo”: este pessoal treina mais caratê do que atleta olímpico na sua modalidade!)

E haja retcon em Cobra Kai S06! Do nada, o Sr. Miyagi tem alguma coisa obscura no seu passado, que afeta emocionalmente Daniel, de modo a que volte a implicar com Johnny. E é interessante o quanto Daniel está ligado à memória do Sr. Miyagi, desprezando-se tudo o que foi exposto em Karate Kid 4: A Nova Aventura (1994, horroroso!), no qual o velho mestre de caratê viaja para Boston, ao mesmo tempo que se sente entristecido pelo afastamento entre ele e seu pupilo.

O passado de John Kreese (Martin Kove) também ganha alguns “acréscimos”, que justifiquem a montagem de sua nova equipe de lutadores a defenderem o nome do Cobra Kai, este sim, um adversário que parece nunca ser derrotado de fato!

Aquele clima de nostalgia das duas primeiras temporadas foi completamente deixado de lado, a não ser na insistência em se manter os conflitos adolescentes, mesmo em homens feitos. Incrível como Daniel tenha conseguido construir um negócio de sucesso com tamanha instabilidade emocional e chiliques periódicos.

No tocante às coreografias de lutas, há que se parabenizar Maridueña e Buchanan pela evolução física demonstrada, enquanto Mouser e List não demonstram terem se dedicado a melhorarem a performance de suas personagens.

Foto: Divulgação (haja alvejante!)

Quem volta a brilhar nesta temporada, porém, é William Zabka e seu bad boy Johnny Lawrence, muito mais tridimensional e interessante que seu nêmesis, Daniel LaRusso. Mesmo com alguns comportamentos incompatíveis com sua idade e experiência vivida (principalmente no decorrer da série) o personagem é carismático, volátil e com mais camadas do que o bomocismo chato do seu eterno rival.

Sempre que entra em cena, a série ganha, mesmo quando há um ridículo confronto (sem sangue, apesar dos socos e chutes na cara) com Mike Barnes (Sean Kanan).

Resolvendo tudo na porrada, difícil entender como o seguro-saúde dos personagens não os excluiu de sua cobertura médica, mesmo que as consequências das muitas lutas quase nunca derramem uma única gota de sangue ou dentre quebrado.

Mesmo com tantos problemas, trata-se da primeira das três partes de cinco episódios em que esta última sexta temporada vai se dividir e, em nome do carisma e história deste universo nostálgico e gostoso de ver, deve-se dar um voto de confiança para ver como tudo irá se encaminhar, apesar da alta previsibilidade das tramas até agora desenvolvidas.

O final desta primeira parte de Cobra Kai S06 termina em Barcelona, com os personagens prontos para participarem do grande torneio de artes marciais mundial Sekai Taikai (outro retcon, na verdade) e diante de um “grande” plot twist.

Esperaremos, porém, até novembro para ver o desenvolvimento da história e até 2025 para sua conclusão.

Haja meditação e kata para esperar tanto assim pelo final desta saga, iniciada no longínquo ano de 1984!

Foto: Divulgação (somos maus, muito maus, mas nossos motivos são nobres!)


Nota: 3 / 5 (bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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