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Críticas

DEADPOOL & WOLVERINE – Que bobagem divertidíssima! | Crítica do Neófito

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Voltando de umas merecidas férias, vamos, de cara, retomar nossos despretensiosos comentários cinematográficos com a grande sensação do ano, o filme Deadpool & Wolverine, considerado como a grande aposta de recuperação dos filmes de super-heróis e, principalmente, do MCU, após as sucessivas bombas audiovisuais (cinema e tv) lançadas após Vingadores: Ultimato (2019).

E qual seria a opinião deste colunista Nerdtrip sobre o terceiro filme do “Mercenário Tagarela”, o primeiro sob a batuta da Disney, dona do universo cinematográfico da Marvel? Deadpool & Wolverine seria, de fato, a “salvação da lavoura” do combalido MCU?

A resposta contundente é não!

Foto: Divulgação (unidos na vida e na morte! muita, mas muita morte!)

O roteiro de Deadpool & Wolverine – que sofreu uma enormidade com a greve dos roteiristas de Hollywood – contribui em nada para a evolução ou conserto do MCU; porém, a forma do filme – que já é o maior sucesso do ano, com potencial para estourar recordes de bilheteria – pode ter o condão de não apenas apontar alguns possíveis novos caminhos, como o de renovar o gênero (apesar do ceticismo deste colunista, pelos motivos abaixo expostos).

Todavia, apesar da afirmação acima, não queremos dizer que o filme seja ruim. Aliás, muito antes pelo contrário: Deadpool & Wolverine é divertidíssimo, daqueles filmes de heróis que fazem a plateia se manifestar com gargalhadas, assovios e aplausos, como há tempos não se via; muito disso, claro, devido aos diversos fan services que surgem em tela o tempo todo (os quais não revelaremos, para evitar os tão temidos spoilers).

A questão da irrelevância do filme para o MCU está no fato de, apesar de o roteiro promover a inclusão de Deadpool ao universo Marvel, no geral, mostrar-se tão somente como uma coletânea de circunstâncias criadas com o objetivo principal de justificar a interação dos dois personagens do título, permeada por diversas cenas de ação e pancadaria, regadas a piadas de duplo sentido, quebras da quarta parede, palavrões e muita sanguinolência.

Que isso é divertido não se discute. A cena de abertura, por exemplo, é antológica, ao mostrar uma verdadeira chacina promovida por Deadpool, ao som de “Bye Bye Bye” do N’Sync que, ainda por cima, é pródiga em simbolismos, haja vista o cenário e a situação que envolve, no sentido do anti-herói estar profanando um momento icônico dos filmes de super-heróis, bem ao gosto do que os estúdios fazem em suas continuações caça-níqueis, ao desconstruírem e/ou desdizerem tudo o que havia sido estabelecido nas produções anteriores.

Segue-se o flashback de contextualização da cena, na qual Deadpool, após uma rejeição no mundo dos super-heróis mainstream, entra em crise existencial (ou de “meia-idade”, como o próprio personagem brinca), terminando o namoro com Vanessa (Morena Baccarin, em sentida pequena participação) e passando a ser um mero vendedor de carros.

Não demora para a Time Variance Authority (TVA) – vide série Loki – aparecer no caminho de Deadpool, na figura do dúbio Mr. Paradox (Matthew Macfadyen, soltíssimo), o que o faz se lançar na missão de achar, pelo multiverso afora, um Wolverine que seja capaz de salvar a “Linha Temporal Sagrada”.

Foto: Divulgação (não é Succession, mas a ganância por poder é a mesma)

E, assim, o que todos gostariam de ver acontece: dois superseres de personalidades completamente distintas e com fator de cura interagindo, discutindo e se enfrentando com tiros, facas, espadas e garras de adamantium, em sequências engraçadíssimas, hiperdinâmicas e violentas como nunca.

Vemos, também, várias versões do Wolverine (a maioria a cargo do sarado Hugh Jackman), algumas clássicas e outras hilárias.

Uma das coisas mais bacanas de Deadpool & Wolverine é que a Disney realmente parece ter dado carta branca – a não ser na impagável menção sobre cocaína – para Ryan Reynolds (protagonista e co-roteirista), Shawn Levy (diretor e escritor) e os demais roteiristas do filme, que não botaram freios na boca suja dos protagonistas, na violência gráfica, e nas brincadeiras com o próprio estúdio, com o MCU, com o fracasso do multiverso, com a extinta Fox e até mesmo com outros filmes e estúdios.

Absolutamente ninguém é poupado, para a alegria da plateia!

As participações especiais se multiplicam (fan services), num contexto também impregnado de simbolismos: afinal, todos estão no “vazio”, espécie de lixeira do Windows, para onde aqueles arquivos (no caso, personagens) descartados (por não terem dado certo ou simplesmente não servirem mais) são lançados até serem eliminados de vez ou recuperados.

É nesse ambiente – introduzido na série Loki – que se passa a maior parte do filme e onde somos apresentados à vilã Cassandra Nova (Emma Corrin, dedicada), numa versão remodelada e rejuvenescida face a sua contraparte nas hq’s.

Foto: Divulgação (uma “bela” vilã, com “horrorosas” motivações)

As cenas de luta, as participações especiais, a ironia, a zoação sem censura, o visual, as intepretações dos protagonistas (especialmente de Ryan Reynolds, soberano na pele de Deadpool) são revigorantes de se ver, mas, não há como não reparar na extrema precariedade do fiapo de roteiro que constitui o filme.

Não há qualquer explicação de como Deadpool consegue dominar as viagens pelo multiverso; não há motivação minimamente coerente para os vilões e a história não tem qualquer implicação para o MCU, a não ser a introdução de mais personagens, como – indiretamente – os X-Men e a X-23 (Dafne Keen, cuja participação foi ‘spoilerizada’ pela própria Disney no último trailer oficial do longa).

Foto: Divulgação (o grande ‘spoiler’ dado pela própria Disney!)

A ligação entre os ‘universos’ também não fica clara, e tudo bem, caso o filme fosse apenas zoação pura e simples; mas, em certos momentos, ocorrem algumas poucas cenas de grande densidade dramática, o que destoa o clima geral que a produção vinha mantendo, tornando dúbia a questão se ela está se levando a sério ou apenas se dispondo a entreter.

Algumas tiradas são espetaculares, como a introdução do “Dogpool”, que é o cãozinho mais feio de que já se teve notícias, mas, ao mesmo tempo, de uma fofura inquestionável.

Foto: Divulgação (feiura e fofura em iguais medidas!)

A edição oscila entre sequências muito bem construídas e outras transições bastante capengas e primárias.

A fotografia é bem trabalhada, unindo cenários reais com muito CGI (bem feito), mas, ao mesmo tempo, bastante inspirada na lente e cores usadas em Mad Max (fato com o qual Deadpool não deixa de zoar).

A direção de Levy é leve e dá espaço para que os protagonistas brilhem, saindo-se muito bem nas sequências de luta e ação.

No tocante às atuações, Jackman está nitidamente se divertindo com esta nova interpretação de Wolverine, sem se importar de servir de escada para Reynolds se destacar com seu Deadpool. Não haveria como destacar outras performances sem adentrar no terreno dos spoilers, de modo que o expectador poderá tirar suas próprias conclusões, mas, preste a atenção na excelente ponta que celebrado ator do MCU faz logo no início do segundo ato do filme (e na única cena pós-créditos), recuperando a verve humorística com a qual se lançou em Hollywood.

Foto: Divulgação (simplesmente, o Wolverine como os fãs sempre quiseram ver!)

Dito tudo isso, pode-se dizer que Deadpool & Wolverine, haja vista o enorme sucesso que está fazendo e fará, pode indicar para a Disney que produções mais violentas, indicativas para o público +18 e, portanto, menos encaixotadas, podem servir ao novo e já desgastado gênero dos filmes de super-heróis.

Todavia, não acreditamos que o poderoso estúdio iria por essa trilha, sendo mais fácil e óbvio raciocinar no sentido de que o sucesso do filme se deve ao fato de ser puro entretenimento (e fan service) e que as próximas produções do MCU deveriam ir por este mesmo caminho (como o atual CEO, aliás, já declarou).

Divertido e vazio, Deadpool & Wolverine é homenagem (principalmente ao trabalho da FOX no gênero e à trajetória de Hugh Jackman como Wolverine), é crítica, é divertimento e é fan service em iguais medidas. Uma bobagem hilária e agradável; um refresco no meio do deserto de más produções e atropelos atuais do MCU, mas, infelizmente, sem muito conteúdo e, em grande medida graças à sua peculiaridade, sem relevância para futuras produções do gênero.

Até a próxima viagem nerd, passageiros Nerdtrip!

Foto: Divulgação (a participação especial supersecreta, mas que todo mundo sabe!)


Nota: 4 / 5 (ótimo)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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